segunda-feira, novembro 09, 2015

Tu és. Eu sou.

Tu és o mapa com as certezas de todos os teus caminhos. Aquele que sabe sempre por onde ir. Aquele que já percorreu este sítio. O papel enrugado e amassado pelo tempo que mostra direcções para o desconhecido.

Eu sou a criança curiosa. Receosa do caminho. A miúda pequenina que se distrai. Que sai do traçado. Que sente a necessidade do inexplorado. Que sonha com o céu e as estrelas. E que pára e se deita na terra a contemplar o universo.

Tu és a estrada a percorrer. A linha contínua que indica o passo seguinte. O asfalto duro e frio que desaparece mais à frente na penumbra da noite. O pedaço de chão quente que vai para lá do que a minha vista alcança.

Eu sou a caminhante. A exploradora que vê tudo pela primeira vez. A que faz malas e parte em direcção ao desconhecido. A que arrisca a perder-se. A que esquece a rota porque não se importa em chegar.

Tu és a bússola. És o norte e o sul. És o quadrante que orienta os marinheiros. És o caminho de volta.

Eu sou o carro. Sou o barco. Sou o veículo que deriva e vagueia. Sou o sapato. Sou o pé. Sou o passo irregular.

Tu és o lar. És a casa. És a escola. És a história. És a palavra. És a letra.
Eu sou a gravidade. Sou o átomo. Sou o início. Sou a magia. Sou o som.

Sem comentários: